segunda-feira, outubro 17

Mães e filhas

Quando engravidei da Sofia, dizia  desde o início - e com propriedade - que seria uma menina. É, simplesmente eu sabia. Certamente são estas coisas que somente a espiritualidade explica; nada do que tange apenas o material é capaz de justificar estas certezas que parecem começar lá trás, no instinto.
Desde os primeiros meses sua presença era delicada em meu ventre, dando  suavidade ao que eu já conhecia e às coisas que eu executava. Mexia de levezinho e me fazia companhia  durante os longos dias de trabalho na agência.
Olhando para ela hoje, vejo misturadas essa doçura e fragilidade às traquinagens de criança, diferente do Theo, dono de um desasossego bem típico... aquele q de moleque intrépido, mais apimentado. 
Rezam alguns sábios ditados e teorias, que meninas, normalmente, são mais ligadas ao pai, os têm como heróis. Raramente vejo diferente entre pais e filhas. Porém nós mães, somos a primeira e mais forte referência para nossas mocinhas; E como elas nos admiram, não é? 
Sim,  é uma relação de carinho e admiração, de laços bem estreitos, que depois,  naturalmente, vai se modificando, passando por fases, ora mais fáceis, ora mais complicadas e nesta trajétoria, nossa responsabilidade é grande, pois mesmo que as demosntrações de afeto tornem-se mais latentes, seremos sempre o exemplo para os filhos, especialmente as filhas, seja para o que elas devam fazer, seja para o que não devam. Somos nós, antes de qualquer outra amiga, quem as ensinam sobre autoconhecimento, sobre feminilidade.
Sem precisar me aprofundar nisso tudo, me recordo logo da minha mãe. De uma relação extremamente complicada e super conturbada, com uma mulher que, mais tarde, descobri tão forte e tão decidida a fazer ou não as coisas, quanto eu. Calma, cheia de olhares... que de algum modo  eu contemplava, tentava decifrar.
Era destas mulheres vaidosas, caladas, incógnitas (hoje é mais tranquila)... Ah e como eu olhava, olhava...
Não, nunca foi de muita conversa, ao menos não comigo, o que sempre lamentei. Mas sinto que de certa forma, isso ela me ensinou e com destreza, a  não fazer; Sofia e eu passamos sempre muito tempo papeando e sempre terminamos abraçadinhas,  aconchegadas por muitos sorrisos, sempre. 
Foi e ainda é, uma escalada de desafios, meu relacionamento com minha mãe, mas...
Mãe é mãe. Nós as temos sob muito carinho e muito afeto e quando as nossas  menininhas nascem, entendemos muito do que havia ficado perdido ou mal explicado, continuamos seguindo, aprendendo e acima de tudo amando muito mais, nossas mães e nossas filhas.

Mês passado a Revista RG trouxe uma super matéria que me inspirou o assunto. Falava um pouquinho sobre Dina Sfat (nome artístico adotado em homenagem à sua mãe).  Por tudo o que já ouvi,  ela foi mais que referencial, não só para suas filhas, como para toda uma geração. Uma mulher livre, bonita e dona de uma história emocionante, que minha mãe adorava me contar.

Separei algumas fotos e divido agora com todos, especialmente com  mães e filhas:

Com o marido Paulo José, e as filhas: Ana, Clara e Isabel.
Corujice!


Além da beleza, destacou-se por
sua expressividade, inquietude e empatia com os palcos, 
projetando-se rapidamente no meio artístico.


Com a amiga Renata Sorrah em 1972


 Como Amanda na primeira versão de O Astro.
Diva, segundo minha mãe rs.

"Diva sem ser, referência politica sem querer, Dina soltou o verbo nos palcos brasileiros e fez história nas novelas da globo." Revista RG

Fotos: Google
 e Revista RG


Beijo mãe
Beijo Sofia e
Beijo Theo

20 comentários:

Chris Ferreira disse...

Mi,
eu também sabia que as duas eram meninas. Coisas de mãe...Uma delícia seu post!
que bom que a Sofia gostou dos peixinhos! Fiquei feliz!
Beijos e uma ótima semana!
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

tressebien disse...

Ei, MI!! Que texto lindo!
Sempre tive uma relação super aberta com a minha mãe. Sempre foi minha melhor amiga, isso vale ouro, né? Espero ter a mesma relação com meus filhos um dia!
;)

bjos e saudades dos seus textos!

Mi Satake disse...

Meninas, fiquei nostálgica com as fotos e a materia da RG, deu uma saudadezinha boa de tanta coisa!

Q bom q curtiram!

Bjks e uma semana boa por aí!

Mi

chica disse...

Lindo post! E essa relação mãe/filhas é legal, mas NEM SEMPRE é assim... Tenho minha mãe que ,coitada, não soube ser mãe e apenas nela penou e pensa até hoje. Uma relação difícil onde ela acha que deve haver até hoje a submissão...Pena! Por isso, com minhas filhas sou amiga, rimos, choramos juntas... beijos,lindo dia,chica

Ioly disse...

Mi, esta relação de mãe e filha é um constante aprendizado.
A minha mãe brinca com minha filha e eu a admiro, porque evoluiu com os anos e eu espero seguir seus passos.
Que bom que a vida é cheia de oportunidades, p melhorarmos, mudarmos, reinventamos, recomeçarmos.
Adorei seu post
bju no coração

Betty Gaeta disse...

Oi Mi,
Tb tenho uma filha, só uma, e desde o início da gravidez eu sabia que era menina. Acho que o elo entre mãe e filha é muito forte, ainda que passe por fases conturbadas.
Tem sorteio de um "kit de beauté" lá no blog, vou gostar se vc participar.
Beijos 1000 e uma 3ª-feira maravilhosa para vc.

www.gosto-disto.com

Ana disse...

Uia! Agora serão corações que irão me visitar :)
Lindo texto Mi. Eu tinha certeza que seria um menino. Quando tinha 18 anos sonhava acordada com um menino que falasse pelos cotovelos. Pois então, tem horas que acho graça, tem horas que enlouqueço. Kkkk
Essas fotos me remeteu a infância, minha mãe... doces lembrança nesse dia chuvoso.
A proposito, por aqui o fim de semana foi de sol mas desde ontem é chove chuva, chove sem parar... Mas nada daquele frio congelante. Então menos mal! Beijos!

Mi Satake disse...

Relação de mãe e filha, normalmente é meio turbulenta, dizem as lendas e nossas experiencias rs. Mas até certo ponto, é natural, eu acho...

Hj, com nossas pequenas, temos a chance de refazer tanta coisa, mudar muitas outras e ser feliz ao lado delas!

Bjo e uma terça linda por aí tb!

S* disse...

Acho que há coisas que só uma mãe sente. :)

Bela disse...

Mi, vc recebeu meu email? Caso não tenha recebido me avise e reenvio.
Adorei!!! Minha relação com Aila é boa mas as vezes batemos de frente...rs
Beijos!!!
Bela

Ana disse...

Oi Mi! Belo post..eu tb sentia que era um menino..Recebi meu exame de gravidez e comprei duas cuecas,uma sunga e um boné..NO meu trabalho teve até bolão,td mundo apostando que era menina..que nada,eu ja sabia que era ele,meu principe!Coisas que só a maternidade explica...
Hj ando pensando em como deve ser mãe de menina...tenho mt curiosidade..e vontade,rss..
beijos e uma otima semana!!!
:-)

Mi Satake disse...

De menina ou de menino, coisa boa é ser mãe né ?

Muda tudo mesmo, gastamos mais mesmo, é uma loucura mesmo. Mas eles são umas coisinhas e-mo-cio- na-tes!


Bjs

Ana Júlia disse...

Eu também sabia. Acertei o sexo do bebê nas duas gestações. Na hora que o médico perguntou "querem saber o sexo?", eu respondi:" na verdade, eu já sei! É menina!". E o médico me contou que mais de noventa por cento das mães acertavam o sexo de seus babies. Imagino que esse dom materno deve ter sido de grande valia, auxiliando as mães de outrora na preparação do enxoval...

Mika disse...

Mi,

Saudades imensas de vc e do blog. Meu blog estava fora, precisava de um tempinho.

Eu acho esta atriz linda... hahhaa

Belas fotos.

Beijos querida,

ogatoquepesca.com

Mi Satake disse...

Ei, Ana, Mi!

Saudades!
Muito legal as coisas q a maternidade nos proporciona. Viver tudo direitinho, acertando, nem sempre conseguimos, mas a vida é cheia de perfeição até nestes momentos.
Mi, q bom q o bloguito ta de volta!

Bjks mil

ValeriaC disse...

Oi Mi...adorável post querida... você tem simpatia marcada em sua alma.
Eu não tive filhas, só meninos e é impressionante, mas sempre achei que seriam meninos e penso que se resolvesse ter mais outro, seria menino outra vez. O que vale é a gente ser mãe, sempre curti demaissss... mas sei que de certo modo fui referência para algumas sobrinhas quando pequenas, do meu marido, que viviam olhando as unhas, o vestido de noiva, o cabelo etc da tia Valéria rssrs...
Acho lindo o amor, o relacionamento que construímos com nossos filhos...é uma benção...
Beijos...
Valéria

Anônimo disse...

Ai Mi, quanto coisa nesse post...
Tenho tto pra comentar...
Mas nem sei se devo fazer isso já que ando feito uma manteiga derretida, hehehehe

Legal ver o quanto vc e Sofia são amigas, e o quanto a gente aprende com os acertos e com os erros de nossas mães neh?!

Tb tive meus desencontros com a minha, nossa, quanta coisa. Acho que é por isso que gosto tto de ter meninos e por não pensar muito em ter uma menina, porque tenho medo de lá frente, quem sabe um dia, minha filha pense coisas sobre mim como eu pensei (e penso) sobre a mninha mãe. Tenho a impressão de que não suportaria...

Mas mesmo tão diferentes, preciso tto dela. E estou num momento tão vulnerável que prefiro sua presença mesmo "imperfeita" do que a ausência... bem coisas de mães e filhas, como diz o título do seu post...

Beijão, viu?!
Estava com saudades de passar por aqui ;-)

Ju

Mi Satake disse...

Queridas, como não se emocionar com os relatos de vcs?

Obrigada por trocare comigo, coisas tão bacanas e tão importantes pro nosso crescimento, pra nossa amizade!

Suuuper bjo!

Lília disse...

O fato é que a maturidade nos faz ver o quanto somos parecidas com as nossas mães, apesar de toda dificuldade que possa ter havido pelo caminho.
Amei o texto, pq eu sempre tive dificuldades com a minha mãe também e hoje me vejo fazendo um monte de coisas igualzinho a ela!

Super beijos queria e obrigada pela visitinha.

Mi Satake disse...

Li!

Tudibom pra vc!

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